“Quando entrar no carro, ponha o cinto!”

“Quando entrar no carro, ponha o cinto!”

Hoje, para a esmagadora maioria das pessoas, ouvir esta frase é inconsequente. Porquê? Porque pôr o cinto já é um hábito. Quase todas as pessoas o fazem, sem necessitar de qualquer indicação, sugestão ou reminder.

Hoje, para a esmagadora maioria das pessoas, ouvir esta frase é inconsequente. Porquê? Porque pôr o cinto já é um hábito. Quase todas as pessoas o fazem, sem necessitar de qualquer indicação, sugestão ou reminder. Para chegarmos até aqui, houve muitas campanhas de TV, outdoors de prevenção e sensibilização, actividades nas escolas, os construtores automóveis fizeram alertas, o código da estrada foi revisto, fomos multados…

O hábito é um comportamento de reacção a um estímulo, que resulta da repetição frequente, ganhando um cariz quase automático. Antes de chegarmos ao ponto de agir de “forma automática”, a alteração de hábitos resulta de um processo consciente de escolhas e mecanismos. Só depois é feito de forma inconsciente.

Primeiro a convicção, depois os mecanismos formais e agora todos usamos o cinto de segurança, sem pensar no gesto de o pôr. Em 2014 a Celbi iniciou um projecto que pretendia mudar hábitos, em prol da segurança. As peças-base de um sistema de segurança já estavam solidificadas, incluindo a certificação do próprio sistema desde 2005. Mas pretendia- se ir mais além. A Celbi continuaria a trabalhar Meios e Processos (sempre). Mas era o momento de investir na evolução do factor Pessoas.

O objectivo do projecto é único e simples: evitar que as pessoas se magoem. Foi operacionalizado em três etapas que apresentaram resultados muito positivos. Verificou-se (e verifica-se) uma redução da sinistralidade. Focamos a nossa atenção neste artigo na descrição do que foi feito em concreto ao nível da mudança de hábitos. O hábito constrói-se em ciclo: Pista (estímulo) – Rotina – Recompensa – Pista – Rotina –… O projecto de Comportamentos Seguros foi construído, considerando este ciclo. Para que uma rotina seja alterada, é necessário que as pessoas vejam convictamente um benefício nessa alteração. Isso foi conseguido através de curtas sessões de formação em 2014/15.

Durante esse período foram desenvolvidos elementos visuais como o vídeo de entrada nas instalações, cartazes, placards, etc. Estas foram as Pistas. Em fase posterior, foram estabelecidas novas Rotinas no que toca à segurança: Safety Walks, Minutos de Segurança e Observações de Segurança. Nada disto foi rápido ou fácil. A monitorização contínua das iniciativas (que continuamos a fazer) permite-nos ter consciência de que em nenhum dos casos atingimos a perfeição. Claro que algumas pessoas fazem melhor e outras pior. Algumas cumprem as quantidades definidas para as rotinas, e outras não. Também foi assim quando a sociedade começou a utilizar o cinto de segurança.

A Recompensa resulta do reconhecimento dos bons comportamentos por parte da hierarquia. “O indicador mais importante para mim, é sempre o que o meu chefe pergunta!” E com a segurança, não é diferente.

Passaram três anos desde o arranque do projecto em 2014. Talvez seja difícil perceber o que mudou para quem cá está todos os dias. Foram mudanças pequenas, mês após mês. Mas a força da sua soma é comprovada pelos resultados da mudança. Quando entrar no carro, eu sei que já vai pôr o cinto! E quando estiver na Celbi, sei que vai ter um comportamento seguro.