A economia circular não é um chavão, é uma realidade na Altri

A sociedade, em geral, e a economia, em particular, desenvolvem-se em ciclos que, algum tempo depois de iniciados, são catalogados com títulos que muitas vezes se convertem em jargões.

Dois dos termos mais em voga nos dias de hoje, e relacionados entre si, são Sustentabilidade e Circularidade (ou economia circular). Pelo que representam, a sua relevância é inquestionável. O primeiro, sobre a designação de Desenvolvimento Sustentável, ganhou atenção global depois do relatório da Sra. Gro Brundtland (“our common future”, 1987), a qual disseminou uma ideia criada nos anos 70, e que pode ser vista como o “chapéu de chuva” de uma economia equilibrada, baseada em 3 pilares: económico; social; ambiental.

O segundo, da mesma época, mas que só ganhou notoriedade mais recentemente, baseia-se em três princípios: redução do desperdício; (re)circular produtos e materiais; regenerar a natureza.

Termos como Reduzir, Recircular, Reciclar e Reutilizar passa-ram a fazer parte da linguagem comum quando a sociedade se apercebeu de que o nosso mundo e os seus recursos são finitos. Para isso contribuíram as imagens fortes divulgadas pelas televisões, mas sobretudo pelas redes sociais, forçando os governos mundiais (e em particular os dos países mais desenvolvidos) a tomarem medidas no sentido de inverter este caminho. Atenta a estas tendências e consciente da sua responsabilidade social, a Altri nos seus investimentos tem sempre incluído as MTDs (melhores técnicas disponíveis) e esta abordagem tem permitido estar na linha da frente daquilo que hoje é designado por economia circular, e com alguns projetos inovadores e referência mundial:

  • Muito baixo uso específico de água no seu processo;
  • Recirculação de efluente final de volta à água do processo;
  • Reaproveitamento do serrim e rejeitos para produção de pasta.

O futuro será agora muito mais complexo, pois o “mais fácil” foi feito…

A crescente importância dada pelas entidades financeiras aos Indicadores ESG, onde a Altri tem obtido avaliações extremamente positivas, e a conjuntura social e económica que vivemos alertaram a sociedade para os perigos da dependência de blocos políticos e económicos ditatoriais e instáveis.

Estas ameaças podem tornar-se oportunidades através da inovação, da simbiose industrial e da cooperação ativa com outros setores industriais.

A procura de valor acrescentado em resíduos ou correntes líquidas secundárias pouco valorizadas ganharão importância acrescida neste novo ciclo económico.

Desafios como fábrica-“aquário”, com recirculação quase total de efluente final; fábrica isenta de combustíveis fósseis; eliminação dos aterros industriais e recuperação de CO2 das chaminés estarão em cima da mesa e, com maior ou menor dificuldade, será possível ultrapassá-los e incorporá-los no processo com vantagens económicas, como aconteceu no passado.

Nota final:

Não podemos deixar de referir uma oportunidade extraordinária, que passa pela resolução de um problema ambiental, económico e social grave que é a reciclagem de têxteis.

Ao contrário da indústria dos metais, do papel e do vidro, onde as taxas de reciclagem são superiores a 60% (no mundo desenvolvido), na indústria têxtil falamos de valores perfeitamente irrisórios, inferiores a 1%, com todas as consequências que daí advêm. Mas esse tema será tratado quando (e se) o projeto GAMA for concretizado.