“Honrar a história da Celbi faz-nos maiores e muito melhores”
Foi inaugurada numa terça-feira, a 6 de Junho de 1967, com pompa e circunstância. Passado meio século, a empresa homenageou e celebrou o trabalho e a dedicação dos primeiros trabalhadores, que permitiram consolidar a fábrica da Leirosa como a maior fábrica de pasta de papel da Europa.
A maior fábrica de pasta de papel da Europa não esqueceu o extraordinário grupo de pessoas com o qual iniciou a sua produção em 1967. Passados 50 anos, muitos dos homens e mulheres que estiveram presentes desde o primeiro dia de operações da Celbi regressaram à empresa para conviver e evocar essa histórica efeméride. O convívio decorreu num almoço comemorativo marcado pela presença de uma centena de colaboradores. Foi curioso constatar que a maioria dos antigos colaboradores respondeu melhor pelo seu antigo número de trabalhador do que pelo próprio nome. Entre os presentes estiveram alguns dos mais antigos trabalhadores como Hernâni Serra (n.º 5), Arnaldo Biscaia (n.º 9) ou José Gonçalves (n.º 10). O último a ser chamado foi Eduardo Almeida Rodrigues (n.º 545). Uma nota para Elísio Parracho, o único trabalhador que ainda se encontra ao serviço desde a inauguração. Entrou como paquete em 1966 e ainda continua ao serviço, porque se sente bem a trabalhar e quer continuar até que possa.
Uma grande parte dos presentes no convívio não se via há vários anos, motivo pelo qual o encontro começou com uma recepção nos jardins da empresa e, rapidamente, se vislumbrou emoção, saudade e muita amizade. Depois de alguns momentos a reavivar a memória, a cerimónia prosseguiu no refeitório. Após o almoço, o administrador Nogueira Santos, dirigiu-se a todos os presentes para agradecer o empenho da sua vida de trabalho em prol da Celbi, porque eles e os actuais trabalhadores “são as grandes glórias desta empresa”.
Alguns factos
100 mil toneladas produzidas em 1967
727 mil toneladas produzidas em 2016
Ao analisar este meio século de actividade, Nogueira Santos fez o balanço da capacidade produtiva da fábrica explicando que “já saíram 14 milhões de toneladas de pasta desta unidade e cada um de nós fez a sua parte”. Para que todos tomassem melhor conhecimento da dimensão da empresa, o administrador fez também um retrato financeiro. “A Celbi em 50 anos só por quatro vezes teve resultados negativos e os resultados líquidos até 2016 já somam 811 milhões de euros. Se actualizarmos estes dados pelos quocientes monetários actuais, dá qualquer coisa como 1,3 mil milhões de euros.” Não foi por mero acaso que, nas últimas duas décadas, revistas da especialidade, entre elas a Exame, nomearam 10 vezes a Celbi como a melhor empresa do sector.
Num tom festivo e alegre, o administrador referiu que com estes indicadores pode afirmar que “a Celbi é o Ronaldo do sector da pasta do eucalipto na Europa”, acrescentando logo que tudo isto só foi possível com “o legado que vocês nos deixaram, com o rigor da gestão e da administração dos recursos, exigência na execução dos projectos e nas disponibilidades que nos são confiadas, no respeito e desenvolvimento dos nossos recursos humanos e na captação do accionista”.
Nogueira Santos concluiu destacando os 450 milhões de euros investidos nos últimos 10 anos, o que permitiu duplicar a capacidade de produção e alcançar a barreira das 750 mil toneladas de produção anual.
A encerrar a parte formal da cerimónia, o administrador Carlos Van Zeller, falou do arranque da empresa na altura como um projecto extremamente “invulgar e inovador”, que traçou o destino da Figueira da Foz, da região centro e da indústria da pasta de papel no País, embora já existissem algumas fábricas de pequena dimensão, aparecendo posteriormente outras que se instalaram.
“A Celbi é hoje uma das maiores fábricas de pasta de papel da Europa, que arrancou com 100 mil toneladas. Foi uma aposta na excelência com os melhores quadros que havia na época, valorizados com novas formações. Não é uma casualidade que muitos lugares autárquicos ocupados no concelho tenham sido preenchidos por pessoas que trabalhavam aqui e que tinham um elevado grau de evolução.” Carlos Van Zeller apelou aos actuais trabalhadores da empresa que é preciso continuar na mesma senda para manter o ADN da Celbi, desde o começo até agora: “Dedicação, competência técnica e espírito da melhoria contínua” porque, finalizou o administrador, “Honrar a nossa história faz-nos maiores, mas sobretudo faz-nos muito melhores”.